terça-feira, 27 de outubro de 2009

IMAGEM REFLETIDA



Tava eu a pensar por um momento, olhando em volta ao trânsito, olhando as pessoas , os carros ao lado.
Um carro do ano ou não, uma roupa arrumadinha de griffe tvz, o cabelo e as unhas em ordem ou até um óculos "poderoso" imediatamente julgamos/rotulamos.
Desfia-se o comentário: "Humm tá nadando em dinheiro", "Tem a vida que pediu a Deus", "É executivo"...
Porque a sociedade se atém ao material? que mania essa de a gente medir uma pessoa pelo o q ela tem, pelo q ela mostra, e não pelo o q ela é.

Muitas vezes já ouvi e fiz julgamentos totalmente precipitados de pessoas q aparentemente não tinham nada, andavam em vestimentas simples (até demais), não tinham um carro assim assado e na verdade eram pessoas extremamentes bem consigo mesmas, com nível social elevado e q simplesmente se despregaram do material, da auto afirmação de mostrar p outros qm realmente eram, ou então o gatão com um carro poderosissimo, impecável no seu terno e no fim era o chauffeur indo buscar a madame rss
Ou mais ainda, você é bem ou mal tratado em lojas e restaurantes pelo q aparenta...


Tento ser exclusivamente eu mesma, mas inevitavelmente caio no consumismo ou modismo ou seja lá o q for e almejo estar ou ter algo a mais.
Acho até q qm me vê, faz um julgamento precipitado e não imagina 1/10 do q realmente batalho.
Se isso importa? Não muito, parto do princípio q faço minha parte...mas me incomoda estarmos tão apegados...
Este texto abaixo e o vídeo dilacerante (http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte), nos faz pensar em o que realmente importa...

"FELICIDADE REALISTA"
Martha Medeiros

De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo."

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